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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Maculelê

MACULELÊ


É uma dança com um jogo de bastões remanescentes dos antigos índios cucumbis. esta dança de porretes tem origem Afro-Indígena, pois foi trazida pelos negros da África para cá.















Maculelê é a dança que os escravos praticavam no meio do canavial. Com cepos de cana nas mãos, extravasavam todo o ódio que sentiam pelas atrocidades dos feitores. Eles diziam que era uma dança, mas na verdade era uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Os cepos de cana e os pedaços de pau que encontravam, substituíam as armas que não podiam ter.














Cantavam músicas que evidenciavam o ódio num dialeto africano para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança.



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A característica principal desta dança é a batida dos porretes uns contra os outros com determinados trechos da música que é cantada, acompanhada pela forte batida do atabaque. Essa batida é feita quando no final de cada frase da música, os dois dançarinos cruzam os porretes batendo-os dois a dois

Os passos desta dança se assemelham muito aos do frevo pernambucano, são saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, etc. As batidas não cobrem apenas os intervalos do canto, elas dão ritmo fundamental para a execução de muitos trejeitos de corpo dos dançarinos.


Dos golpes e investidas dos feitores, os negros se defendiam com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e levantar dos negros. Além dessas defesas, os negros pulavam de um lado pro outro, dificultando o assédio do feitor. Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das senzalas com paus em chamas que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais perigo ao agressor
Atualmente a dança do maculelê é muito praticada para ser admirada. É parte certa nas apresentações de grupos de capoeira e em eventos realizados como formaturas, encontros, batizados, etc.


O maculelê pode ser feito com porretes de paus, facões ou facas, mas alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira no meio da roda.


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Exige-se muitas habilidades dos dançarinos, pois se transforma num maravilhoso
espetáculo.

Capoeira



Escravos jogando capoeira no Brasil colonia













Capoeira Raízes Africanas

A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas. Mas no Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenhos. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenhos proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança.
Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos.
A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos ás senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinham como funções principais a manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.
Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas. Neste mesmo ano, um capoeirista brasileiro chamado mestre Bimba, apresentou a capoeira para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão é a capoeira angola. As características deste deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixo(próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional tem a mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimento ao som do berimbau. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.
























































domingo, 27 de junho de 2010

Alfabetização de Jovens e Adultos



Só de pensar que ainda existam pessoas, sem o mínimo de conhecimento com o básico de seus direitos a uma identidade, sem saberem assinar seus nomes, não poderem conhecer as histórias da vida descritas num jornal, ou, viajar, sonhando no mundo de um lindo conto de fadas, dá medo. Lembramos de tempos em que a educação era para poucos. Sentimos medo de que talvez, a mudança no nosso país não tenha sido completa. Pensando como muitos, que olhando esse quadro de desrespeito tentam amenizar essa falta incorrigível, a ACUCA entra nessa luta contra o analfabetismo, com muita luta e poucos recursos, mas esperando cooperar com todos aqueles que queiram participar do nosso desenvolvimento.

































IGREJA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE
Fundada em 1625 é o orgulho do Bairro Camorim. Passou por séculos. Assistiu a luta dos negros que aqui chegaram escravizados. Observou a dor desse povo sendo preso num tronco e espancado até a morte, simplesmente por ter a cor de sua pele diferente.
Diante dela, viu serem enterrados crianças, jovens, idosos, ou qualquer um que desobedecesse a vontade de um branco, muitas vezes por pura maldade. Talvez por imaginarem não serem humanos, ou por acharem não sentirem dores. Humilhados e derrotados, com os seus corpos destroçados, engoliam seus choros e suas mágoas. Alguns imaginando nada poderem contra seus algozes, deixavam-se levar e até aceitavam essa vida de sofrimento. Mas a sua grande maioria sabia que se lutassem contra essa algema, poderiam mudar. Ainda que, se tivesse que morrer, morreriam lutando por sua dignidade e por sua honra. Algum dia, em algum lugar, alguém lhes ouviria e lhes daria a liberdade.
Hoje, o negro têm direitos, cotas em faculdades, etc. Mas a tão sonhada LIBERDADE, talvez ainda não tenha chegado. Os grilhões ainda parecem ameaçar. O que os Negros têm é uma liberdade assistida, uma meia liberdade. E a Igreja de São Gonçalo do Amarante continua de pé. Nós esperamos que ela ainda possa assistir o dia em que o negro tenha a sua VERDADEIRA LIBERDADE.